
Superliga Feminina de Vôlei 2023-24: Os Favoritos e as Previsões
Depois da vaga olímpica garantida pela seleção brasileira feminina de vôlei para a edição dos Jogos Olímpicos de Paris em 2024 no Pré-Olímpico no Japão, é hora do esporte no país se voltar às disputas entre clubes para saber quem é o melhor time do Brasil na disputa da Superliga, que chega a sua 47ª edição com este formato, idealizado em 1976 para o feminino.
O Praia Clube, de Uberlândia, é o time a ser batido como o atual campeão da Superliga, tendo vencido de forma categórica o Minas na final da temporada 2022/23 por 3 sets a 0, em maio deste ano, em um período que é amplamente dominado pelos últimos dois finalistas da competição, já que eles venceram os cinco títulos.
O Rio de Janeiro é o maior campeão da história da Superliga feminina, com 12 títulos conquistados. Minas e Osasco, com cinco conquistas, completam o ‘top 3’ da história da competição. É hora de conhecer bem os times de 2023/24. Como antecipado pelo técnico Duda Nunes, do Pinheiros, em depoimento concedido ao casinos.win: “O equilíbrio será o nome dessa Superliga”.
Praia Clube
Na busca pelo seu tricampeonato e do seu bi consecutivo, o time de Uberlândia aposta na experiência e na qualidade de suas jogadoras remanescentes. Se por um lado, teve a saída de Carol e da holandesa Anne para a Itália, e das irmãs Brayelin e Jineiry Martínez, que foram para a Rússia, a equipe manteve boa parte do seu time, com nomes experientes, como Tainara, Suelen e Kasiely, além do comando do técnico Paulo Coco, que está no atual campeão nacional e estadual desde 2017.
Além disso, o time conseguiu bons reforços para a temporada, como as chegadas de Adenízia, Monique, a russa Kuznetsova, a central Lorena Viezel, e de Natinha, que foi nas estatísticas a melhor líbero em porcentagem de recepções (74%) da última Superliga, o que aumenta as expectativas da comissão técnica e da diretoria:
O supervisor da equipe, Bruno Vilela, mostrou expectativa positiva em entrevista ao casinos.win: “Bom, a nossa expectativa é a melhor possível, né? Nossa equipe é uma equipe grande, que já vem com alguns anos aí disputando finais de Copa do Brasil, Supercopa, Super Liga, Sulamericana e quando você chega neste nível a expectativa não pode ser outra chegar e sermos campeões. Somos atuais campeões, sabemos da responsabilidade. Tivemos uma mudança muito grande no elenco da equipe, mas vamos trabalhar todo dia como fosse um trabalho homeopático pra nós formarmos a nossa equipe num time e que nós possamos continuar chegando sempre e brigando por todos os títulos”.
Vilela apontou também os principais adversários na briga pelo título: “Sabemos que o time do Minas é uma equipe muito forte, manteve a base, trouxe algumas peças importantes, o próprio Flamengo, Osasco, Bauru, né? E demais times. A gente sabe que não é que é uma Superliga super fácil, tanto do 1º quanto ao 12º são jogos equilibrados e que precisamos manter o foco pra que nossos nossos objetivos possam ser alcançados”, completou.
Gerdau/Minas
O grande adversário do atual campeão Praia Clube promete ser o mesmo. O Minas, seguindo uma tendência que já ocorreu na última Superliga, na final do Campeonato Mineiro vencida pelo Praia, e na última final da Supercopa do Brasil, vencida pelos minastenistas. Em busca do sexto título de Superliga de sua história, o time de Belo Horizonte se reforçou muito.
O atual campeão da Copa Brasil de vôlei quer a Superliga apostando na força dos estrangeiros, seja pelo comando do italiano Nicola Negro, há 11 anos como técnico do Minas, e na chegada das americanas Jenna Gray, vindo da França e Annie Mitchem, vinda da Turquia, que se juntam à dominicana Yonkaira Peña para aumentar a força do time.
Das brasileiras, o destaque dos minastenistas é justamente a permanência de suas estrelas, comuns nas convocações da Seleção Brasileira, como Thaísa, o retorno de Carol Gattaz, após um longo tempo de lesão, Julia Kudiess, recuperada após problemas médicos. além das renovações de Rebecca, Giovana Guimarães, entre outros nomes.
Além disso, o time aposta em jovens, como a ponteira Victoria, que foi promovida das categorias de base do time de Belo Horizonte. Com a mistura dos grandes nomes estrangeiros, mais a experiências das brasileiras da Seleção, o Minas quer fazer o possível para voltar a triunfar.
Osasco/São Cristóvão Saúde
Um dos maiores campeões da Superliga quer voltar à disputa de topo. O Osasco não levanta a taça da competição desde a temporada 2012/13. A missão de reencontrar os tempos vitoriosos do time paulista segue com o comandante daqueles momentos, o treinador Luizomar de Moura.
A ideia do Osasco se concentra em fazer a renovação e a manutenção ao mesmo tempo. Na parte de manter o time, o destaque é para Tiffany, que promete um ataque forte, além da capitã e campeã olímpica Fabiana, e o retorno de Camila Brait, que volta após o ano de dedicação à maternidade e ao nascimento do filho Romeu.
Se por um lado, a baixa de Adenízia para o Praia Clube causou uma grande perda, por outro, o time osasquense aposta em nomes internacionais para o meio de rede com as americanas Brionne Butler e Callie Schwarzenbach, contratadas pelos paulistas pra a temporada.
O time também tem outros reforços de destaque, como a repatriação de duas atletas, que são o caso da oposta Lorenne, que estava na Rússia, e o da ponteira Maíra, que jogou na última temporada na liga da Polônia. Tudo para fazer uma temporada melhor em 2023/24 e sonhar com a taça.
Sesc-RJ/Flamengo
É de se esperar competitividade quando uma equipe treinada por Bernardo Rezende, o Bernardinho, está na beira da quadra. E especialmente quando se trata do SESC-RJ/Flamengo, que herda o histórico das equipes do Rio de Janeiro, 12 vezes campeã, recorde na Superliga, ainda que a parceria entre SESC-RJ e o rubro-negro carioca não tenha gerado títulos juntos (o Fla venceu 3 vezes o título sozinho).
Para manter essa luta pelo topo, o time carioca mantém a aposta na reformulação da temporada passada, em que acreditou em nomes como a levantadora canadense Brie King, e a ponteira norte-americana Veronica Jones-Perry, a Roni, que trazem a experiência internacional para a equipe.
Dentre as brasileiras do elenco das cariocas, a marca é a manutenção, seja com a capitã e central Juciely, a central Valquíria, além das experientes ponteiras Gabiru e Michelle, e das líberos Laís e Marcelle, além da oposta Sabrina, que mostra a preocupação rubro-negra de renovar acordos.
Mas se com boa parte do elenco, o Sesc-RJ/Flamengo procurou apenas renovar contratos e manter tendências, por outro lado, para poder brigar pelo topo, também fez novos investimentos em reforços para a equipe, como a levantadora Rose, vinda do Pinheiros, e a oposta Kimberlly, vinda do Fluminense.
Fluminense FC
O Tricolor das Laranjeiras sonha alto com sua equipe de vôlei. A diretoria, em entrevistas a outros veículos de imprensa, já declarou o seu objetivo de fazer com que o time esteja dentre os quatro primeiros na próxima temporada, feito que o Fluminense ainda não conseguiu desde o retorno do clube a divisão de elite do vôlei nacional.
O time que já tinha um destaque estrangeiro com a argentina Elina Rodríguez, ganhou o reforço da norte-americana Claire Felix, ex-Curitiba, e que retorna ao Brasil após três anos no exterior, e teve a mais surpreendente chegada com a ponteira/oposta Aleksandra Uselac, maior pontuadora da liga sérvia, e que tem apenas 19 anos.
Apenas as líberos tricolores não terão nenhuma mudança, já que o trabalho demonstrado por Lelê e a reserva Teté agradou ao time carioca. Mas, dentre os novos reforços estão também nomes de experiência, como Camila Paracatu, e Camila Leite, ambas de 35 anos, que procuram dar mais rodagem ao time.
Por outro lado, o desafio do técnico Guilherme Heldes é o de encontrar uma equipe e um padrão de jogo que encaixe os reforços internacionais, e fazer funcionar o jogo das levantadoras Pri Heldes, reforço do Minas, e Juma, que renovou seu contrato com o Flu, entre muitas mudanças que são consideradas um “upgrade” para o sonho tricolor de ir longe.
Sesi Vôlei Bauru
A troca de comando foi visível em Bauru. Saíram os irmãos Marcos e Fabiano Kwiek, técnico e auxiliar, respectivamente, e chegaram o técnico Marcos Miranda e o assistente Leandro Pereira, que se ainda tem menos experiência na categoria feminina, tem o fator de terem levado o Suzano ao top 4 da Superliga masculina na primeira temporada após o retorno do time da grande SP à elite.
Mas de mudanças, o Bauru não se contentou apenas com a troca de comando, como também procurou mexer na estrutura da equipe, que ao todo, teve a chegada de 10 jogadoras para o seu elenco, e apostando em nomes em ascensão do vôlei nacional, sem estrangeiras.
Dentre estes novos reforços, dois de destaque, com duas das maiores pontuadoras da última edição da Superliga, e que chegaram a frequentar a Seleção Brasileira: Maiara Basso, vinda do Barueri, e Edinara, que volta ao Bauru após defender o Pinheiros. O time também procurou experiência de campeãs nos últimos anos, e trouxe 3 jogadoras ex-Praia Clube: a levantadora Lyara, a central Letícia Hage, e a líbero Ju Perdigão.
Se em outros times, a chegada de muitos reforços poderia significar uma grande debandada de outros nomes, não foi o que aconteceu com o time do interior paulista, já que apenas Lorena, que foi para o Praia Clube, deixou o Bauru. Ao todo, nomes como a levantadora Dani Lins, a ponteira Karina e a central Mayhara são das seis jogadoras do elenco anterior que renovaram contrato para manter o time na busca pelo título.
Pinheiros
O Pinheiros começou a temporada 2023/24 pensando em uma reformulação. A começar pelo técnico, com a chegada de Durval Nunes, o Duda Nunes, vindo do Brasília para comandar uma equipe que ao todo, teve o total de 13 reforços, entre veteranas e nomes promissores.
O time da capital paulista contratou nomes promissores, como Bruna Moraes, vinda do Fluminense, e Jacke, que chegou do Gerdau Minas, além de Talita, que estava na Romênia. Mas, por outro lado, perdeu nomes importantes como Naiane para o Praia Clube, e Edinara para o Sesi Bauru, e procura repor as perdas com jovens.
A ideia da reformulação é uma maneira do Pinheiros competir na temporada da Superliga, e o faz mesmo mantendo algumas jovens, como Carol Grossi e Thainá, e outras veteranas como a central Mara. O técnico Duda Nunes, por sua vez, acredita que o equilíbrio maior na competição, pode trazer uma competitividade em que cada jogo é importante:
“Eu acho que será a Superliga mais equilibrada dos últimos anos. Temos times que são intermediário para baixo (exceto aqueles cinco ou seis de mais investimento, Praia, Minas, Osasco, Sesi, Flamengo e Fluminense), em que temos Brasília muito forte, Maringá que fez uma última Superliga e está se solidificando, Blumenau, que é um time muito experiente e o nosso time que também é muito forte, sem contar o São Caetano, que tem tradição. Por isso, cada jogo é importante. Não dá para aliviar em momento nenhum”, completou o treinador em depoimento exclusivo ao casinos.win
Barueri Volley Club
O time do projeto liderado fora das quadras por José Roberto Guimarães segue a mesma ideia: a aposta em jovens. Agora sob o comando técnico de Wagner Luiz Fernandes, o Wagão, fiel escudeiro de José Roberto, que foi treinar o THY, da Turquia, o Barueri segue com uma reformulação, mas sem perder a essência.
Por um lado, o Barueri teve saídas importantes na última intertemporada, com nomes como a ponteira Mari Paraíba, a ponteira/oposta Maiara Basso, e a central Diana entre as principais jogadoras que deixaram o clube da grande São Paulo. Mas, por outro, o clube aposta alto na garotada.
Dentre as apostas, pinçadas com o olhar de Wagão, que também é comandante da seleção brasileira sub-21, estão nomes como o de dois nomes vindos do Pan, como o das ponteiras Aline Segato, vinda do Sesc-RJ/Flamengo, o de Talia, vinda do Pinheiros, e o de Camila Mesquita.
Há outros nomes que são postos como possíveis promessas para a temporada, e dentre as jogadoras destacadas pelos analistas do esporte, estão a oposta Gabi Carneiro, a ponteira Ana Rudiger, e outras como as centrais Larissa, Luzia e Lívia, que fazem o Barueri correr na busca para surpreender.
Vôlei Maringá
O projeto do Maringá comandado por Aldori Gaudêncio Júnior não quer apenas competir, como quer surpreender. E isso se pode dizer também pelo mercado de transferências na intertemporada, em que a ideia era a de buscar nomes com experiência internacional pensando na Superliga.
Para competir e chegar na pós-temporada, o time paranaense apostou alto em contratações, como a da levantadora japonesa Tamaki Matsui, a manutenção da líbero colombiana Juliana Toro, e a chegada da ponteira argentina Daiana López, que completam o trio de estrangeiras, que se espera que sejam as líderes técnicas da equipe.
Mas o time também teve suas apostas brasileiras, como a da ponteira Mariana Brambilla, uma das melhores jogadoras por Georgia Tech da Liga Universitária dos EUA, que é uma das sete ousadas contratações da equipe paranaense para sonhar com a surpresa dentre as grandes equipes do vôlei nacional.
Brasília Vôlei
A reformulação acontece na capital federal, começando a partir do comando técnico com a chegada de Ângelo Vercesi, que traz a experiência de um treinador que chefiou ao todo três seleções (Croácia, Azerbaijão e Belarus), para voltar a fase final da Superliga, na qual o time candango não esteve na temporada passada.
Se por um lado foram mantidos nomes como a ponteira Ana Medina, a levantadora Ju Carrijo e a oposta Amanda Marques, a grande maioria do elenco ficou para a temporada seguinte, tendo apenas a baixa da oposta Arianne, garantindo um pouco mais de entrosamento para a equipe.
Entrosamento que será necessário para alguns reforços que podem ser importantes ao longo da temporada para os candangos, como o das ponteiras Sabrina Groth, vinda do Sesi Bauru, o de Nayara Félix, que foi contratada junto ao São Caetano, e o de Laiza, vinda do Unilife Maringá, com um time que busca o seu lugar ao sol.
São Caetano Vôlei
O São Caetano, agora sob a liderança de William Carvalho, eterno levantador da Geração de Prata de 1984, procura recomeçar na “segunda chance” que recebeu da Superliga, uma vez que seria rebaixado na última temporada, mas com as desistências de Bradesco Esportes e Taubaté, permaneceu na elite.
Para não ter de ser salvo pelo gongo mais uma vez, o time do ABC busca apostar na revelação de talentos, em uma missão que foi dada pela prefeitura da cidade a William. O time terá apostas em nomes desconhecidos do público do vôlei feminino, mas também trouxe alguns reforços.
Dentre esses reforços, estão nomes como o da ponteira Mari Blum, de 39 anos, que havia ficado sem clube após o fim do Campinas Vôlei, a levantadora Laura Canedo, a central Giulia Muralha e a ponta Ariadne. O time ainda busca parceiros para se manter na elite. No Sanca, a palavra de ordem é sobreviver.
Blumenau
O time catarinense aposta em uma equipe mesclada entre jogadoras experientes e a juventude de algumas atletas para tentar fazer bonito naquele que é o primeiro ano do time na primeira divisão da Superliga, um marco para a equipe comandada pelo técnico Rogério Portela.
Do time que subiu da Superliga B, apenas poucas remanescentes, e entre elas, destaque para a veterana central Edna, de 40 anos, que é uma das líderes técnicas e de vestiário da equipe catarinense, além da juventude de Victoria Justi, de 22 anos, que renovou seu contrato com o Bluvôlei.
Agora, ano novo, vida nova para a maioria do elenco do Bluvôlei, que aposta também em jogadoras de currículo extenso, como a levantadora Ana Cristina, de 41 anos, as ponteiras Isabela Paquiardi e Mari Cassemiro, as opostas Ivna e Arianne, que dentre outros nomes, têm um objetivo inicial: o de permanecer na elite.